10/12/2012

Outra foto, mesmo fato.

Conversando com o porteiro do prédio:

Ele: Já conheceu a cidade?

Eu: Havia vindo em dois carnavais em Recife e tive a chance de conhecer alguns pontos turísticos.
Já tem 15 dias que estou morando aqui e procurei apartamentos em Imbiribeira, Boa Viagem, Parnamirim, Várzea e Cidade Universitária, e fiz tudo caminhando, então deu para conhecer um pouco. A Av. Caxangá, por exemplo, já caminhei toda várias vezes. Enfim, não posso dizer que conheço bem ainda a cidade, é uma cidade muito grande, né?

Ele: É... O problema daqui é a violência...  Primeiro lugar no Brasil!

Eu (nota mental): Já vi esse filme antes...

Eu (nota mental 2): Dizer que uma pessoa que assalta é violenta é uma ideia elitista e que não leva em consideração nossa desigualdade social. Quem assalta é vítima da violência, parece que a força do capital inverteu nossos valores...


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(10 dias antes...)

Após conhecer um apartamento em Boa Viagem entro no elevador e bato um papo com um vizinho em potencial:

Ele: É morador novo?

Eu: Vim conhecer o apartamento.

Ele: Gostou?

Eu: Sim, a vista é sensacional! Vista pro mar!

Ele: Ah... Tu tem que ver o meu! É de frente pra praia, tu olha da janela e vê aquele marzãããããão!
Olhando para um lado tu vê até "não sei onde" e olhando para o outro lado tu vê até "também não entendi o que ele disse".

Se aprendi algo do povo recifense, provavelmente ele disse que para esquerda os olhos dele alcançam João Pessoa e olhando para direita, com uma pequena dificuldade, é capaz de ver Maceió...



05/12/2012

O primeiro retrato de um povo




O primeiro retrato de um povo é apenas uma foto entre muitas que poderiam ser tiradas;  mas, o fotógrafo espera fazer um registro que simbolize aquele povo, sem estereotipá-lo. 
Naturalmente, um povo é um álbum e, não obstante, para algumas figuras ecléticas que se encontram por aí poder-se-ainda-ia dizer que são fotos que nunca foram batidas.

A minha primeira imagem do povo recifense é de um povo MEGALOMANÍACO, sem exageros. 
Recife é a versão nordestina de Itu. Se um representante do Guinness Book conversar com um recifense, desejará fazer uma versão do livro só para a cidade. Aparentemente, a capital do nordeste é detentora de vários recordes com os quais ainda não estou familiarizado, como a maior avenida em linha reta do mundo. Fosse recifense, diria que a cidade é recordista mundial em recordes.
Tudo aqui é maior; a menor avenida do mundo, onde estou hospedado, é tratada como a avenida mais compacta do mundo, de forma que até as pequenas coisas tornam-se as maiores, basta mudar a perspectiva.



De todas as estórias que ouvi aqui, pelo menos uma me pareceu bem razoável. Durante um agradável passeio dominical de fusca pelo recife antigo, Adenildo me apresentou os dois principais rios da cidade: Beberibe e Capibaribe.
Em qualquer canto de Recife sabe-se, e não há nenhum exagero nesse fato estilizado, que os dois rios são tão grandes, e o volume de água que deles emana é tão impressionante, que eles se juntam para formar o oceano atlântico!

Paro por aqui, pois, se quisesse contar todas as façanhas da cidade, provavelmente escreveria a maior  crônica do mundo.

Hóspedes