Um cara um dia me confessou que queria saber o que iria acontecer. Dizia estar cansado dos inúmeros imprevistos que o dobravam a cada esquina. Gostaria de seu futuro prever e por isso veio com essa ideia muito maluca: "Uma amiga dum amigo meu disse que o primo dela conhece um feiticeiro, topa ir comigo?"
"Me inclua fora dessa", respondi cético, não podia acredita em bolas de cristal e coisas do tipo, quanto mais me aventurar a ir em sua busca em um local ermo. De qualquer forma o tal mago da floresta realmente existia, e vendeu a meu amigo a tal bola capaz de mostrar o futuro. O mais absurdo dessa estória não é o fato de realmente existir um maluco no meio do nada vendendo pedaços de vidro que anunciam o porvir, pior que isso é que o artefato comprado pelo meu colega realmente funcionou, aliás, praticamente funcionou. Isso porque, por um lado, a bola de cristal realmente mostrava o futuro de forma precisa. Bastava uma olhadela na bola e o dia inteiro seria narrado detalhadamente. Meu amigo passou a saber exatamente o que iria acontecer, e é por isso que digo que o artefato praticamente funcionou. No início foi tudo festa, meu amigo me contava, eufórico, sobre o engarrafamento que deixara de pegar por olhar sua bola de cristal, sobre como era divertido ir ao estádio de futebol apenas nos dias de vitória, entre várias outras coisas, em suma passou a evitar um sem número de contratempos. Com o passar do tempo, todavia, passou a se sentir deprimido. Parou de se supreender, por mais incrível que fosse o que iria acontecer. E pôde finalmente perceber que a graça da vida é não saber. Ele tava sempre preparado, nada mais o deixava assustado. E ele queria voltar a não saber, porque o imprevisto maltrata, mas sua falta mata.
"Me inclua fora dessa", respondi cético, não podia acredita em bolas de cristal e coisas do tipo, quanto mais me aventurar a ir em sua busca em um local ermo. De qualquer forma o tal mago da floresta realmente existia, e vendeu a meu amigo a tal bola capaz de mostrar o futuro. O mais absurdo dessa estória não é o fato de realmente existir um maluco no meio do nada vendendo pedaços de vidro que anunciam o porvir, pior que isso é que o artefato comprado pelo meu colega realmente funcionou, aliás, praticamente funcionou. Isso porque, por um lado, a bola de cristal realmente mostrava o futuro de forma precisa. Bastava uma olhadela na bola e o dia inteiro seria narrado detalhadamente. Meu amigo passou a saber exatamente o que iria acontecer, e é por isso que digo que o artefato praticamente funcionou. No início foi tudo festa, meu amigo me contava, eufórico, sobre o engarrafamento que deixara de pegar por olhar sua bola de cristal, sobre como era divertido ir ao estádio de futebol apenas nos dias de vitória, entre várias outras coisas, em suma passou a evitar um sem número de contratempos. Com o passar do tempo, todavia, passou a se sentir deprimido. Parou de se supreender, por mais incrível que fosse o que iria acontecer. E pôde finalmente perceber que a graça da vida é não saber. Ele tava sempre preparado, nada mais o deixava assustado. E ele queria voltar a não saber, porque o imprevisto maltrata, mas sua falta mata.
Transtornado, voltou a procurar o feiticeiro, tinha em mente devolver o produto (embora tivesse perdido a nota fiscal) e pedir seu dinheiro de volta. Quando chegou lá, todavia, o tal feiticeiro já havia se mandado para outra cidade. Se deu conta, enfim, que aquele feiticeiro era um golpista forasteiro.