Será que quanto mais imbecil maior o sucesso da canção ?
E os festivais tão impressionantes em que habitavam chico buarque e afins ?
É a era da cultura pop de massa, vazia, onda a rima substitui a lógica, vejamos um exemplo de circularidade na análise. Assumimos que um argumento apresenta circularidade quando ele não é capaz de fundamentar propriamente uma relação de causa e consequência e explica uma coisa a partir dela mesma. Vejamos um exemplo:
"Analisando essa cadeira hereditária quero me livrar dessa situação precária...
Onde o rico cada vez fica mais rico,
E o pobre cada vez fica mais pobre,
E o motivo todo mundo já conhece
É que o de cima sobe e o de baixo desce"
Sinceramente, qual a lógica da afirmação acima ??
Nenhuma, trata-se de uma análise circular.
É o mesmo que dizer que o motivo para que o pobre cada vez fique mais pobre é que o pobre fica cada vez mais pobre. E o inverso para o rico, que fica cada vez mais rico por ficar mais... rico !
Em primeiro lugar não é verdade que a desigualdade tem aumentado, o governo lula tem um programa social muito forte que aumentou significativamente o salário mínimo e criou um programa social robusto. (criou não, ampliou o programa do FHC)
Mas essa discussão foge ao escopo do post...
Bom xi bom xi bom bom bom para todos !!
PS: Não tenho certeza do que isso quer dizer, mas tenho a impressão que é algo bom.
PS: Não tenho certeza do que isso quer dizer, mas tenho a impressão que é algo bom.
O que nos salva é que temos coisas boas para nos atermos.
ResponderExcluirO ruim também é eterno; reclamo também, mas, deixo pra lá rapidinho!
Abrçs!
Legal, cara.
ResponderExcluirFaltou analisar a seguinte obra prima da música popular de massa brasileira: "segura o tchan, amarra o tchan, segura o tchan tchan tchan tchan tchan..."
só que pra essa merece uma tese de doutorado com o título: análise do discurso do É o Tchan...
Legal, C A R A . . .
PS: por que seu quarto é do tio TOCO?
Gostei da análise do texto, mas o que ele chama de circularidade, a econometria chama de endogeneidade, ou seja, a variável renda é determinante da própria renda. E não se esqueça de contextualizar a música: 2002, ainda em épocas de vacas magras para o Bolsa Família.
ResponderExcluirSim Joana, época de vacas magras para o Bolsa Família, é verdade.
ResponderExcluirMas a desigualdade social já vinha diminuindo para o Brasil há algum tempo.
O índice Gini cai de 0,857 em 1985 para 0,856 em 1995 e para 0,854 em 2006.
Então quis chamar atenção em segundo plano no post (e por isso disse que não era o escopo do post, até de maneira jocosa) para o fato de que certas verdades do senso comum são um tanto quanto pré-fixadas.
E tens razão sobre a endogeneidade, A variável dependente na música (renda), foi explicada a partir da variável independente (renda). Enogeneidade é uma ideia muito parecida com a ideia de circularidade, mas não idêntica...
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!?
ResponderExcluirSylvio, é o seguinte.
ResponderExcluirEu fiz esse post pra falar que essa música faz uma análise que é circular, e a Joana ampliou minha ideia através de um conceito da econometria (que é relacionada a estatística).
O que ela quis dizer, e está correta, pois tocou exatamente no ponto central do meu post, é que se você colocar o que está escrito na música em modelo econométrico (em uma "função", digamos) você teria o seguinte:
Se a música diz que:
"O rico cada vez fica mais rico, e o motivo todo mundo já conhece: é que o de cima sobe..."
O modelo genérico que pretende apontar uma relação de causa e consequência do tipo:
Y = AX
Será do tipo
Renda = A (Renda)
É o que a música diz...
O rico fica mais rico, e o motivo disso é que o de cima sobe.
Quanto ao índice Gini, é um índice de desigualdade, se o índice for igual a 0 não há desigualdade, se for igual a 1 toda a renda está com apenas uma pessoa da sociedade.
Portanto, para além da circularidade ou endogeneidade do afirmação, ela não é verdadeira, pois a desigualdade tem diminuído.
Mas o que me chamou a atenção na música como grande asneira, sem dúvida, foi explicar a renda a partir da própria renda.
Abração Sylvio !