"Sociologia do Futebol - Richard Giulianotti (2010)"
"O autor de sátiras romano, Juvenal, foi quem primeiro desenvolveu a tese de que oligarquias políticas podiam ser sustentadas fornecendo pão e circo (panem et circenses) para as massas (...) Umberto Eco pergunta a respeito de sua Itália nativa: 'A luta armada é possível no domingo da Copa do Mundo? É possível ter uma revolução em um domingo de futebol?' (...) Em Portugal, durante a revolta para depor o regime de Salazar, em 1974, o número de pessoas presentes nos jogos de futebol foi reduzido à metade - indicando que envolvimento com esportes e agitação política eram duas práticas mutuamente excludentes" (GIULIANOTTI, 2010, p.32).
Para além de invocar, de maneira leviana, a lógica panis et circenses, gostaria de pontuar que a reedição do "maracanazo" me faria sorrir de orelha a orelha.
Há vários críticos ao pensamento de Juvenal, argumenta Giulianotti, e o futebol em alguns momentos foi uma empresa com externalidades positivas sobre o campo político. Durante o apartheid sul africano, o futebol teve suma importância para a organização dos africanos, que tinham grandes dificuldades de se reunir para debater os rumos de seu país. Outro argumento é de que "o jogo jamais consegue eliminar o conflito causado pelas grandes desigualdades de riqueza. Em algumas ocasiões, os clubes de futebol foram organizações de vanguarda para promover a democratização do Brasil" (ibid, p.32).
Portanto, não obstante seja simplificação grosseira afirmar que o futebol é o ópio do povo, creio ser possível argumentar que há uma associação inerente entre os resultados da seleção nacional e o sentimento que os indivíduos de um país têm de suas instituições.
O futebol não é pão e circo, mas, muito menos, um instrumento de conscientização política.
Quando respondemos às questões de forma binária geralmente nos equivocamos, Aristóteles iluminou nossa realidade mostrando que devemos refletir todas as questões buscando o caminho do meio.
Mas, se tivesse (E TENHO) que me posicionar sobre qual desses extremos caracteriza o esporte em suas relações sociais, fico com a primeira alternativa, e, como corolário:
En 2014 soy hincha de argentina!
Hiohên Éhi!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirficou bom demais!!kkk
Hahahahahaha
ResponderExcluirValeu Pedralha, o Artista!
A beleza tá nos olhos de quem vê.
Só o artista vê a arte, e, portanto, para Pedrarte a vida é uma arte!
Um abraço de quebrar a costela!