29/01/2010

Abc da Cristã

Ajoelhai beata cega. Deus é fiel ! Glorioso ! Homens, impuros. Jovens leigos menosprezam nocivamente o poder que remanesce sagrado. Tu (único verdadeiro) x zombarias.

28/01/2010

O homem é altruísta ou egoísta?

De férias, recluso no mato, anexo à minha mentalidade citadina, um episódio me remeteu à questão que dá título a esta crônica.
Fui a uma horta comprar um bocadinho de cidreira para o chá da tarde e pedi ao moço que me arranjasse quantidade suficiente para duas pessoas. Como a quantidade necessária era bastante modesta, o vendedor não quis me cobrar (o que descobri mais tarde através de minha amiga ser comum naquele vilarejo).
Não pude entender a transação. Seria incorreto aceitar sua mudinha sem dar nada em troca. Como não tinha nada além de dinheiro tratei logo de sacar o que carregava comigo, talvez 3 reais ou menos. Fiquei realmente impressionado dele não me cobrar ! E quis retribuir sua benevolência da única maneira que pude.
Se tivesse cobrado os 3 reais que acabei dando, eu acharia um absurdo. Me rejeitaria a comprar novamente deste homem que taxaria de ladrão ou pior.
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O homem dança conforme a música, é ação e reação.

Metamorfose

A sua sensatez é insensata e eu
que quando olho no espelho não me vejo porque
o longo tempo que leva o raio que bate e rebate
é o bastante para eu me transformar.

Quero viver como rei, mas não quero ser um.
Ser artista de cinema e ser tão comum.
E ter certeza que meu status e alegria vem do meu coração,
E não dos olhos de alguém.
Se pudesse gritar para todo o mundo ouvir sussurraria, pois verdade não há.

Ser mineiro

Moro atrás das montanhas não dá pra espiar
Se existe verdade do lado de lá
Às vezes pergunto ao coração
Responde não
Vale a pena esperar ? Não sei
Já que o herói tem dublê
Pode a vida não ter
Razão

24/01/2010

O idiota

Me disseram que o grilo é verde pois com a grama foi criado
Que o espelho reflete mas se sente contrariado
Por não ser ninguém, por não ter identidade,
Mas se não é ninguém como percebe sua falsidade ?

Me disseram que se eu nadar no mar em linha reta eu vou
Até a África.
Outros dizem que não.
Não sei em quem acreditar.

Afinal o mundo é mesmo circular?
Ou uma tábua de passar?
É um castelo cheio de ouro?
Ou incertezas a vagar?

Já me chamaram de bobo, de burro,
de trouxa, de tolo, de inocente,
de tanta coisa...

Honey

Tell me you need honey, i'll be your bee
Tell me you need glasses, i'll be your see
Calm? Tea
Salt? Sea
Whatever it takes to please you
Whatever i'll try to be

Amor Platônico

No fundo do mundo
Nasce uma flor
E eu, no topo de tudo,
A vejo. Só não a entendo.

Como pode tudo ao meu lado
Tão perto do sol
Crescer tão devagar ?

Desço a ladeira
Abro mão de tudo que tenho
Pois já é hora de uma explicação

Mas à medida que desço
Menor se torna a flor que busco
E maiores as que deixei para trás

No fundo do mundo
Finalmente entendo
Que posso ver de longe a flor
Mas não sentir seu perfume

Tarja Preta

Após seu habitual pileque, e o elemento surpresa tarja preta, Vilfredo encamimou-se a uma certa festa. Os primeiros 5 minutos foram bem, embora seus olhos vissem as imagens passar como aquela opção do windows que deixa o rastro do mouse ("display pointer trails"). Conseguiu reconhecer as 10 primeiras pessoas (pensava, todavia, não serem todos gêmeos) e, na maioria dos casos, trocou meias palavras sem grandes sobressaltos. Foi a troca de olhares com um sujeito que pensava não conhecer que mudara a sorte de sua noite. Apesar de frente a frente com a figura, não a podia ver com clareza, mas sabia, definitivamente, que o encarava sem pestanejar. Perguntou insisitentemente, tom crescente, qual o problema. Mas não obtia resposta, apenas chamava a atenção da recém-plateia. O final da estória não poderia ser outro, o dito cujo caiu no braço com a surpresa e o constrangimento. No dia seguinte acordou com curativos em seus braços cortados, mas não podia lembrar o motivo. Para piorar teve que ouvir a estória de seu companheiro de quarto nordestino, repentista, que lhe acompanhara à festa mas não teve tempo de evitar o infortúnio. Ao mesmo tempo que levava Vilfredo ao hospital, na noite anterior, preparava sua rima irônica para o dia seguinte. Não fosse o estado dos braços de Vilfredo teria certaente achatado um pouco mais a cabeça de seu amigo quando lhe contou o acontecimento:
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O nosso herói não resistiu,
À cabeça sua raiva subiu,
E espancou, forte e viril,
O espelho do canto

Hóspedes