(Barreirinhas - Caburé)
Descemos o Rio Preguiças de barco até Caburé, o primeiro vilarejo dos pequenos lençóis, a viagem durou cerca de 3 horas. No caminho conhecemos duas italianas e fomos conversando sobre diversas coisas no caminho, descobrimos que conhecíamos melhor o rock progressivo italiano que as duas, fato que as chocou, ficavam perguntando porque nós conhecíamos tantas bandas italianas e afirmamos que gostávamos muito de progressivo, e que os italianos eram feras no assunto, citamos as bandas Premiata Forneria Marconi , Il Balletto de Bronzo, Museo Rosembach e várias outras, das quais conheciam apenas a primeira, sem dúvida a mais famosa.
(menino curioso com minha bicicleta)
De qualquer forma foi uma viagem agradável com um visual maravilhoso.
Chegamos em caburé 2 horas da tarde, preparamos os alforjes nas bicicletas e
pedalamos pela praia rumo a Paulino Neves. O objetivo dessa vez era bem
mais tranquilo que o primeiro, se os grandes lençóis possuem cerca de 70
km de extensão, já os pequenos lençóis tem menos de 20 km.
Entre Caburé e Paulino Neves são 26 km. Os primeiros 17 foram fáceis, contornamos os pequenos lençóis pela praia com uma média de 11 km/h, de forma que em menos de 2 horas havíamos avistado a torre que nos diziam ficar na cidade de paulino neves. Checamos no GPS e parecíamos de fato estar alinhados com a cidade, que não fica à beira do mar, mas 9 km para "dentro". Após um pouco de hesitação encontramos o caminho que nos levava à cidade, e essa foi a parte dura da viagem. Entre a praia e a cidade praticamente empurramos a bicicleta, muita areia fofa e algumas dunas, ainda passamos por alguns lagos rasos, que quase encostavam nas mochilas da bicicleta e sempre gerava alguma apreensão, embora fossem mochilas impermeáveis. Chegamos em Paulino Neves às 6:30, exaustos, famintos, mas com uma felicidade imensa de ter percorrido boa parte dos grandes lençóis e a totalidade dos pequenos lençóis. Chegando à cidade pedalamos no chão duro pela primeira vez desde que se iniciou nossa viagem, e, depois de tanta areia, foi uma das maiores alegrias da viagem! A bicicleta andava tão rápido e com tão pouco esforço, que parecia pilotar uma moto.
A palavra exaustão ganhou um novo significado nesse dia, e a doutrina budista que crê que o real prazer é sempre precedido por sacrifício começa afazer sentido.
Viajar de bicicleta é uma maravilhosa rotina de cansar e descansar. Os lençóis foram duríssimos, de agora em diante é pedalar na estrada, e deve ser mais fácil.
Muito louco, sinto calafrios por todo o corpo em função de finalmente tomar um banho e me sentar em uma cadeira. O prazer de descansar ganha novo significado que acabo de descobrir, nos termos do budismo.
Muito bom ler seus relatos!
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