O Longo Século XX, de Arrighi, estuda a sucessão dos quatro grandes impérios capitalistas: Itália, Holanda, Inglaterra e Estados Unidos. O fim da hegemonia americana (conceito de Gramsci) é uma questão de tempo, visto que nenhum império pôde se manter indefinidamente. Além disso, Arrighi deixa claro que o período de hegemonia de um império foi sempre inferior ao seu predecessor. Lendo livro, achei curioso que Arrighi não estimasse um ano limite para o fim da hegemonia americana, visto que a matemática para tal é simples, bastando somar o tempo de hegemonia do império inglês à data (que não pode ser determinada pontualmente mas deve estar próxima às duas guerras mundiais) que inaugura o domínio americano. Talvez o caráter histórico de seu livro tenha feito tal cálculo sem muito sentido, mas, por via das dúvidas, calculei que por volta de 2050 seria um limite à hegemonia americana. Analisando o momento atual, todavia, tal perspectiva parece demasiado otimista. Poder-se-ia especular que a hegemonia dos EUA já não existe, ou está em acelerado processo de deterioração, tendo em vista que as discussões políticas mundiais têm assumido um caráter cada vez mais multilateral, e a voz dos BRIC, por exemplo, tem cada vez mais importância. Não creio que vá existir um próximo país hegemônico, muitos acreditam que será a China. Na minha opinião a queda do império americano não será sucedida por um país, mas por um conjunto de países que tomam decisões conjuntas, haverá uma distribuição do poder mundial entre os principais países, não só os tradicionalmente mais poderosos, mais também países em emergência como os BRIC.
Obama afirmou que as relações entre EUA e Cuba poderiam melhorar se Cuba fosse um país mais democrático
Fidel Castro respondeu: "Muitas coisas vão mudar em Cuba, mas vão mudar por nosso esforço
próprio e apesar dos Estados Unidos. Talvez antes aquele império caia".
Império em Desencanto 0 x 1 Cuba Livre.
Fidel Castro usou a cabeça para marcar o gol da vitória aos 45 minutos do segundo tempo de sua vida...
O processo parece inexorável. Só tenho um receio: os imperios todos até agora na história humana não cairam em paz. E dessa vez? Quanto a Cuba, acho que hoje a questão é muito mais moral do que econômica (para os EUA). Uma ilha daquele tamaninho peitou-os até agora. rsrs. Abraços. paz e bem.
ResponderExcluirComo sempre, unindo refinamento analítico e beleza estilística. Massa demais! Depois procure a última edição do Longo século, que se não me engane ainda não foi traduzida; tem um post-script muito massa, em que o cara re-analisa os prospectos que faz para o futuro. Bem interessante! (Não sei se a biblio tem, mas o Duda sim)
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