23/07/2012

O ponto de Polônio

Quero salvar o mundo,
mas fico contente
se puder salvar a mim.

Sonho alto, sonho baixo.
Quero a terra e quero o céu.
Quero ser o que puder.
Quero ser, só.

Vivendo no ponto de Polônio,
de Varian apud Shakespeare,
nunca peço nem empresto.
A cada conto ganho um conto gasto.

Vivendo em equilíbrio,
consumo igual à dotação,
fazendo poesia com a Micro,
buscando, da poesia, a cotação.

Sou Polônio e não me importa
qual o preço relativo, *
pois minha estabilidade
é o meu maior ativo.



* Preço relativo: leia-se preço relativo de T1 em relação à T2, ou seja, a taxa de juros.
A ressalva que alguns podem fazer é que teoricamente Polônio poderia deixar de igualar consumo e dotação dependendo de mudanças da taxa de juros. Apenas teoricamente, pois, se Polônio é definido, por Shakespeare e por Varian, como o homem que sempre iguala dotação e consumo em cada período do tempo, então para ele não importa a taxa de juros, como diz a última estrofe da poesia.
Enfim, a curva de utilidade mais alta para Polônio sempre é aquela que tangencia sua dotação, por definição.



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