(Casa do amigo Adiel)
Casa, comida e roupa lavada. Hoje a esposa do Adiel até lavou nossas roupas!
Claro que ela não abriu nossos alforjes e lavou tudo que tínhamos, mas, sem percebermos, pegou aquelas roupas que havíamos usado no dia anterior e deixado fora da mochila e lavou, para nossa surpresa.
Rancharia é um vilarejo formado por 7 famílias e 7 casinhas parecidas com a de Adiel.
A bondade no coração daquele que nos acolheu é ímpar.
"Somos todos irmãos, temos que nos ajudar", ele nos disse.
Não precisávamos pedir nada, bastava pensar e nosso desejo era automaticamente atendido.
E um olhar por poucos segundos para o cajueiro era suficiente para fazer o menino subir a árvore e colher a fruta desejada nos mais profundos pensamentos.
Comemos bem, caminhamos um pouco e batemos uma bola...
(campinho honesto)
Hoje foi um dia de descanso. Fora a pelada, que nunca é brincadeira, sem querer trombei com um cabra do meu time e joguei ele no chão, o pessoal morreu de rir, apresentei a eles a raça uruguaia, conceito que os radinhos de pilha ainda não lhes haviam transmitido. De manhã teve o culto de domingo. O conteúdo da missa foi idêntico ao da minha igreja, mesmos salmos e músicas. A diferença era a igreja, casinha de palha e pés descalços sobre a areia, e o povo, que preserva alguns traços indígenas. Outra diferença era a informalidade da missa, conduzida de uma maneira muito menos rígida, embora se perceba claramente o alto grau de religiosidade deste povo. Aquela imagem me fez pensar no processo de catequização dos nativos e a imposição dos valores europeus em terras tão longínquas.
Aqui a história é viva!
Os teus relatos são muito ricos, são histórias e vivências tão diferentes das nossas... Além disso, tem também o teu olhar sensível que capta essa outra realidade. Tem sido bom acompanhar a tua viagem. Bjs
ResponderExcluirMuito obrigado Patrícia!
ResponderExcluirTambém curto bastante seu blog e sempre faço uma visita para ler seus belos textos, que gozam de altíssimo senso crítico e me chama atenção para aspectos do nosso cotidiano que muitas vezes passam despercebidos...
Abraço de quebrar a costela!
VocÊ vivencia o que eu considero de melhor para o aprendizado de humanidades, caminhando por esse mundo afora. Isso é fantástico! Abraços. Paz e bem.
ResponderExcluirDe acordo cacá, não há curso melhor de sociologia que o contato direto com realidades desconhecidas
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